sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Hitler e o anti-semitismo

Para compreender o anti-semitismo, é fundamental diferenciá-lo do anti judaísmo.
O anti judaísmo é o ódio à religião judaica como ideologia ou visão de mundo, enquanto o anti-semitismo é o ódio aos judeus como nação.
Entretanto, aqueles que professam o anti judaísmo acabam por ser anti-semitas, uma vez que partem do pressuposto de que a religião judaica contaminou a nação que segue os seus preceitos.
Por sua vez, o anti-semitismo termina no anti judaísmo, ao sustentar-se na premissa de que só uma nação racialmente inferior pôde ter criado uma religião tida como a religião do Mal.
Na Antiguidade, seitas esotéricas conceberam a religião judaica como a religião do demónio e viam os judeus como os agentes na propagação dessa religião do pecado. Essa visão foi resultado de uma crença dualista, isto é, em dois poderes criadores do universo: o Bem e o Mal, identificando os judeus com o Mal, o que os colocou no papel do mal cósmico e os viu como instrumento do demónio. O termo anti-semitismo foi criado no século XIX, quando as teorias religiosas que acusavam os judeus de deicídio ficaram caducas.
O anti-semitismo era uma das bases da propaganda e política de Hitler. Assim, para ele existiam três raças: as “fundadoras” ou superiores, representadas pelos povos germânicos, as “depositárias”, pelos povos polacos, e as “destruidoras” ou inferiores, que tinham nos judeus o exemplo paradigmático. Obcecado com o ideal de pureza racial, Hitler compreendeu a História como uma permanente luta entre as diferentes raças, na qual a raça superior devia utilizar todos os meios necessários para manter a sua pureza.
A essa visão histórica foi acrescentado o mito da “conspiração judaica mundial”, fortemente difundido em toda a Europa que, entre outras falácias, divulgou a ideia do poder económico do povo judeu e do seu monopólio dos meios de comunicação.
Os judeus foram transformados no bode expiatório e culpados de todos os males pelos quais atravessava a Alemanha, fazendo com que a sua eliminação se tornasse um imperativo de Estado.

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